A reforma no modelo de governança da World Rugby terá efeito imediato. A expansão na representação das federações criará um ambiente dinâmico para os órgãos tomadores de decisão |
A World Rugby (antiga IRB, entidade-mor do rugby no planeta) anunciou reformas em sua organização, fomentando a participação política. As mudanças buscam dar voz às nações emergentes de forma sustentável e criar o tão sonhado ambiente dinâmico entre os tomadores de decisão e se adaptarão, gradualmente, aos níveis de crescimento global do esporte e servirão de modelo de governança para os esportes olímpicos, como já começaram as palestras aqui no RJ, onde representantes da World Rugby apresentaram o modelo ao COB (Comitê Olímpico Brasileiro), em Julho deste ano.
As transformações dizem respeito a:
- Expansão da representatividade das seleções do Segundo Escalão do Rugby Union e representação regional no Conselho;
- Comitês executivos, para que representantes independentes (como, por exemplo, as associações universitárias que fornecem jogadores às equipes profissionais) possam fazer parte;
- Mais voz ao Rugby Feminino, em forma de criação de um Comitê Consultivo;
- Novo modelo de governança a entrar em vigor após o encontro do Conselho atual, em Maio/2016;
- O crescimento global do Rugby, com 7,2 milhões de jogadores.
Além destas mudanças de estatuto, a World Rugby mudou, também, a forma de votação para as principais decisões que disserem respeito ao esporte em campo, além de redistribuir as vagas no Conselho. O modelo atual contempla que os oito membros-fundadores (Inglaterra, País de Gales, Escócia, Irlanda, França, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia) têm direito a dois votos cada e Argentina, Itália, Canadá e Japão têm direito a um voto, igual às seis confederações continentais (Rugby Europe, Sudamérica Rugby, NACRA, Rugby Afrique, Asia Rugby e Oceania Rugby). O estatuto novo rege que as nações mais poderosas subam de dois para ate três votos, aumentará para dois votos os das organizações continentais e possibilitará aos demais países conseguirem votos por meio de resultados dentro de campo. As vagas e votos no Conselho serão julgados da seguinte maneira:
- As seis organizações continentais supracitadas terão dois votos cada, contanto que atendam aos requisitos de boa governança do World Rugby;
- Uma cadeira no Conselho e Um voto vão para todos os países que se classificarem para duas edições consecutivas da RWC;
- Uma cadeira no Conselho e Um voto a mais para todos os países que disputam o Six Nations e o Rugby Championship(10 equipes - África do Sul, Argentina, Austrália, Escócia, França, Inglaterra, Irlanda, Itália, Nova Zelândia, País de Gales);
- Terá também direito a mais 1 voto os países que:
- Investirem cerca de 20 milhões de Libras ao longo de quatro anos em desenvolvimento;
- Forem candidatos a sede dos principais torneios da World Rugby (RWC, HSBC World Rugby Sevens, RWC Feminino, Six Nations, Women's Six Nations, The Rugby Championship, Canada Cup, Churchill Cup, FIRA Women's European Championship e muito mais), para os quatro anos seguintes;
- Tiverem participado da RWC Feminino ou de suas eliminatórias nos últimos oito anos;
- Tiverem participação em torneios regionais de sevens ou na Sevens World Series, tanto no masculino como no feminino.
Simplificando, os países que hoje disputam o Six Nations e o Rugby Championship poderão alcançar até 3 votos, tornando os interesses sobre a participação nesses torneios ainda maior. Por outro lado, as demais nações terão a chance de conquistar até dois votos caso tenham resultados esportivos e consigam realizar investimentos, então não é só dentro de campo que conta essa corrida para as novas regras de se afiliar à World Rugby.
O Comitê Executivo do World Rugby, também se transformará, passando a ter doze membros, sendo:
- Um presidente;
- Um vice-presidente;
- Um diretor executivo (CEO);
- Nove membros eleitos (dois independentes).
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