Para nós, são-paulinos, o ano de 2015 foi muito duro de
digerir. Fraco futebol, problemas diversos na administração do clube, denúncias
de corrupção, jogadores sem vontade e falta de qualidade em vários setores
fizeram que o ano fosse muito longo para nós. Porém, terminou de maneira
espetacular com a grande festa de despedida para Rogério Ceni, goleiro,
capitão, artilheiro, M1to. A maior festa já feita para um jogador no Brasil e
que dificilmente se repetirá.
Mas, felizmente, o ano chegou ao fim. No próximo ano
teremos novamente a disputa da Libertadores sem três das peças que mais
chamavam a atenção no elenco (além do M1to, Luís Fabiano e Pato deixaram o
elenco tricolor). Teremos um novo treinador, o argentino Edgardo Bauza e a
esperança de que tenhamos, no mínimo, um time mais tático e aguerrido. Mas
ainda falta muita coisa. Vou olhar posição a posição o que temos e o que, em
minha opinião, precisamos.
Goleiros: Dênis, Renan Ribeiro e Lucas Perri
Como todos já sabem pela primeira vez desde 1997 a
escalação do time-base não terá Rogério Ceni como primeiro nome. Dênis e Renan
já tiveram bons e maus momentos nas vezes que foram acionados e merecem a
confiança para esse primeiro momento pós-RC. Lucas Perri foi classificado pelo
blog Base da Bola do GE como um dos melhores goleiro sub-20 do ano. Desnecessário
então, nesse momento, algum investimento nesse setor.
Laterais: Auro, Bruno, Carlinhos, Reinaldo e Matheus Reis
Aqui começa a problemática a ser resolvida do elenco.
Nenhum dos cinco laterais mostrou-se confiável durante o ano, nem na direita
nem na esquerda. Na direita, Bruno poderia ser um reserva imediato e Auro não
mostrou o que muitos esperavam dele quando subiu da base e acho que vale um
empréstimos para uma equipe média da série A ou da série B. Na esquerda, me
recuso a comentar sobre Reinaldo, espero só que ele não se reapresente na Barra
Funda em janeiro. Carlinhos não teve regularidade e contundiu-se muito e
Matheus Reis ainda não convenceu.
Com isso, precisamos de, no mínimo, um lateral de cada
lado para disputar a titularidade. Para elenco, Matheus Reis serve e subiria
Foguete do sub-20 para integrar o elenco e ganhar algumas oportunidades no
Paulista, principalmente em jogos em casa contra times do interior, pois, assim
como Bauza disse de Bruno, é um lateral mais ofensivo que defensivo.
Zagueiros: Breno, Rodrigo Caio, Lucão e Lyanco
Com certeza o setor mais limitado do elenco. Rodrigo Caio
é bom jogador, mas preferia vê-lo como volante. Breno, o melhor zagueiro que
temos, não tem condições físicas para ser considerado o titular da posição,
devendo jogar por volta de 30% dos jogos do São Paulo no ano. Lucão é muito
limitado, sem tempo de bola, sem noção de espaço e cobertura. E Lyanco ainda
não empolgou quando teve chance. Na pior das hipóteses, precisaremos de um
zagueiro para ser titular absoluto. Se Rodrigo Caio for utilizado como volante,
serão necessários dois zagueiros então. Novamente seguindo o levantamento do
Blog Base da Bola, Éder Militão foi muito bem durante o ano e poderia ter
algumas oportunidades no time principal também.
Volantes: Thiago Mendes, Wesley, Hudson
Thiago Mendes foi disparado a melhor notícia do ano para
o São Paulo. Quando pararam de tentar inventar de jogar com ele de ponta
direita (invenção de Muricy Ramalho, diga-se de passagem) e o passaram a
escalar como segundo volante, nosso Touré do Cerrado foi ganhando confiança e
tomando conta da posição. Precisa de um primeiro volante do lado dele, que pode
ser Rodrigo Caio, caso tenhamos zagueiros confiáveis. Hudson serve no máximo
para reserva e Wesley espero que tenha o mesmo destino de Reinaldo.
Meias: Ganso, Michel Bastos, Daniel
Ganso é um caso à parte. Normalmente passa o jogo sem dar
notícias mas de vez em quando estrela os melhores momentos ofensivos da equipe,
com assistências ou passes precisos. Tem técnica, mas sempre parece meio
preguiçoso. Diversos técnicos (com certeza mais do que gostaríamos) passaram
pelo Morumbi e raras foram as vezes que o camisa 10 teve uma sequencia de bons
jogos. Michel Bastos começou muito bem o ano e terminou muito mal e Daniel
jogou muito pouco para uma análise mais precisa. Se não houver bons negócios de
troca por Ganso e Bastos, Bauza vai ter o trabalho de encontrar o futebol
perdido dos dois. Valeria aqui um investimento em um jovem de fora do país
para, pelo menos, fazer uma sombra nos dois. Também vale subir o meia David
Neres da base, canhoto que joga pelo lado direito com boa habilidade e dar
alguns jogos no Paulista para ele.
Atacantes: Alan Kardec, Rogério e Centurión
Nesse setor faltam opções. Alan Kardec deve ser o
centroavante titular, mas, por conta da cirurgia no joelho, deve ter lesões
musculares durante o ano. Sendo assim, é necessário outro jogador para suprir
suas ausências. Rogério foi bem quando acionado e fez o gol que garantiu a
classificação para a Pré-Libertadores. Já o argentino começou até fazendo bons
jogos, mas caiu muito de produção ao longo do ano, talvez pelos problemas
pessoais relatados. Um jogador de lado de campo caria muito bem nesse setor
também e, falando novamente do time sub-20, subiria o Joanderson, artilheiro da
base no ano. Além disso, podemos ter a volta de Ewandro, emprestado ao
Atlético-PR.
Resumindo, um ou dois zagueiros, um primeiro volante,
dois laterais, um meia e dois atacantes é o que o São Paulo, no meu modo de
ver, precisa para formar um elenco mais competitivo para esse ano. Não vou
comentar os nomes ventilados até aqui por que já colocaram o elenco inteiro do
San Lorenzo na lista de Bauza, então é melhor dar tempo. Até o dia 4 de
janeiro, data da reapresentação, é necessário que, no mínimo, metade das
carências do elenco estejam finalizadas, pois já teremos no segundo jogo do ano
a estreia na Libertadores. Que venha 2016 e com um futebol melhor, que nos dê
novamente prazer de ver o São Paulo jogar.
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