Flashback I: 30/09/2014.O New England Patriots foi até o Arrowhead Stadium, em Kansas, para enfrentar o Chiefs no tradicional Monday Night Fooball. O resultado foi um desastre, o placar de 41 x 14 para o time da casa expos todas as fraquezas do Patriots até então, que incluíam uma linha ofensiva porosa e um Tom Brady que não tinha a eficiência que lhe foi característica durante toda a carreira. Uma onda de questionamentos tomou conta do time de Foxborough, no qual o recorde de 2 vitórias e 2 derrotas já causava incertezas sobre qual seria o futuro de Brady com o time, já que o emergente Jimmy Garoppolo era seu reserva e alguns até defendiam que o calouro assumisse a posição de QB titular. Bill Bellichick tratou de acalmar a situação com seu mantra “we’re going on Cincinnati” ou “estamos focados no Cincinnati”, em alusão ao Bengals, então próximo adversário do time na semana seguinte no Sunday Night Football.
Flashback
II: 1º/02/2015. Super Bowl XLIX em Glendale, Arizona. O resultado de 28 x 24, com direito a um
fim de jogo com um das jogadas mais emblemáticas da rica história do esporte,
selou a vitória do New England Patriots sobre o Seattle Seahawks no último jogo
da temporada, que culminou no quarto título do Patriots no milênio e nos fez
lembrar por que Bellichick é um dos melhores técnicos da história e Tom Brady
um dos, senão o maior QB que já pisou no campo de jogo e o combo, o que mais
obteve sucesso na história. O time soube reverter tudo de ruim que aconteceu no
primeiro mês de temporada e após o início 2-2, caminhou para dez vitórias nos
doze jogos seguintes e a campanha de 12-4 garantiu o 1º seed no chaveamento dos playoffs da AFC, e o resto você deve saber.
Vitória de virada sobre o Baltimore Ravens e uma surra frente ao Indianapolis
Colts levaram o time ao Super Bowl, onde todos os críticos tiveram que assistr
Brady e cia dominarem o poderoso Seattle Seahawks, mostrando que de fato
criticaram o time na hora errada.
Há
sempre uma pressão pelo desempenho de um time tão vitorioso nos últimos anos
como foi o New England Patriots. Soma-se isso à natural pressão de serem os
atuais campeões e terem que defender o título, o que de fato os tornam mais
estudados pelos rivais, levam ao questionamento que basicamente cerca todo o
ano dos patriotas da Nova Inglaterra, pode o Patriots trilhar o mesmo caminho
em 2015 ?
A
intertemporada do time de Foxborough não foi das melhores para um time campeão
na temporada anterior. Um tanto quanto conturbada, o time teve que conviver com
notícias ruins em todas as frentes, que colocam em cheque a força que o time
entra para a temporada que se aproxima. Abaixo temos alguns exemplos do que o
time terá que contornar para mostrar que ainda é o time a ser batido na
Conferência Americana.
SAÍDA
DE JOGADORES CHAVE
Não
foi a offseason que o torcedor do time sonhava. Não chega a ser um desmanche,
mas várias peças importantes daquele time que destronou o então campeão
Seahawks não estarão no plantel em 2015, e ao menos até agora, seus substitutos
não estão a altura, o que gera muitos questionamentos sobre o desempenho do
time, especialmente do setor defensivo.
Tudo
começa pelos Cornerbacks. Darrelle Revis e Brandon Browner, os titulares da
temporada que anularam os WR adversários assinaram lucrativos contratos com
Jets e Saints, respectivamente, e ao que tudo indica, serão ausências
significativas na secundária, que teve um desempenho excepcional, especialmente
no final da temporada. Se o Patriots tivesse um jogo no próximo fim de semana,
Logan Ryan e Bradley Fletcher provavelmente seriam os CBs titulares, o que é
preocupante. Ryan, mesmo que tenha anulado o explosivo TY Hilton nos dois
confrontos contra o Colts, contou com a ajuda do ótimo Devin McCourthy para
isso e não tem muita experiência contra recebedores mais físicos. Bradley, por
sua vez, foi um verdadeiro desastre na temporada passada jogando pelo
Philadelfia Eagles, sendo uma máquina de sofrer big-plays e de longe um dos piores jogadores da defesa do time de
Pensilvânia. Chega ao Patriots animado, mas ao mesmo tempo com um olhar de
desconfiança pelo péssimo desempenho apresentado, e terá que brigar para ser
titular.
Depois,
o time perdeu sua referência na linha defensiva. Após 12 temporadas com o
Patriots, Vince Wilfork não teve seu contrato renovado e foi para o Houston
Texans. Mesmo não tendo colocado números espetaculares, sua presença era
crucial para o sucesso defensivo, principalmente no jogo corrido, já que o
“carne de panela” sempre atraía marcações duplas, facilitando o trabalho do
resto da defesa, que sempre enfrentavam marcações individuais graças à Wilfork.
Para substituí-lo, o time conta com Dominque Easley, selecionado de Florida na
primeira rodada do Draft de 2014, e com o calouro Malcom Brown, oriundo da
universidade de Texas, também recrutado na primeira rodada, mas do Draft de
2015. Easley têm no currículo um histórico de lesões no joelho e é arriscado
montar um esquema defensivo baseado no ex-Gator, visto que viu pouquíssima ação
em sua temporada de calouro. Brown por sua vez, foi 1st Team All-American e peça-chave na defesa do Longhorns na temporada passada, mas não
tem as mesmas características de Wilfork e Easley, o que leva a crer que o
calouro será aproveitado mais como DT nas formações defensivas do Patriots. Há
também o veterano S.Siliga, muito útil na rotação da linha defensiva que terá mais
tempo de jogo em 2015, mas não são nomes que prometem o mesmo impacto que
Wilfork causou em tantos anos.
EMPODERAMENTO
DOS RIVAIS DE DIVISÃO
Não
é de hoje que o Patriots domina a divisão Leste da Conferência Americana. O
time é soberano dentro da divisão e Jets, Dolphins e Bills correm a anos para
tentar destronar o Patriots, mas ao que tudo indica, nunca estiveram tão perto
como agora.
Todos
os times se reforçaram muito bem para 2015, e prometem dificultar muito a vida
do Patriots e venderão caro cada possível derrota para o time que defenderá o
título. O Miami Dolphins por exemplo, manteve a base que terminou a temporada
com 8 vitórias pelo segundo ano consecutivo, e tem em Ryan Tannehill seu QB que
começa a apresentar uma evolução interessante e parece estar pronto para
assumir o protagonismo no ataque. Além de reforços pontuais via Draft e Free Agency, como os WR Davante Parker e
Kenny Still e o TE Jordan Cameron. Como se não bastasse, o time abocanhou o
grande free agent da intertemporada,
o DT Ndamukong Suh, que num contrato multimilionário que inclui mais de $ 60
milhões de dólares garantidos, resolveu deixar a fria Michigan e levar seus
talentos para o Sul da Florida, prometendo formar uma das linhas defensivas
mais poderosas de toda a liga, juntamente com jogadores como Olivier Vernon e
Cameron Wake.
Falando
em linha defensiva, a do Buffalo Bills não fica atrás. Kyle Willians, Mario
Willians, Marcell Dareus e Jerry Hughes formam um quarteto poderosíssimo na
caça ao QB e tem tudo para evoluirem ainda mais com Rex Ryan, que assume o
commando técnico da equipe e parece estar mais animado do que nunca para
destronar o Patriots. O ataque deverá ter problemas, é verdade, o QB titular
deve sair da disputa entre jogadores como Matt Cassell, Tyrod Taylor e EJ
Manuel, mas a aquisição de Lesean “Shady” McCoy junto ao Eagles, somada a
manutenção do bom Fred Jackson, dá ao time um ótimo jogo corrido que pode
carregar o ataque e desafogar o QB titular, que terá em Sammy Watkins sua grande
arma para o jogo aéreo.
Por
fim, o New York Jets. Todd Bowles tem para trabalhar um dos melhores plantéis
defensivos após um ótimo trabalho no Arizona Cardinals. Ótimos jogadores nos
três setores defensivos deixam uma enorme expectativa do que a defesa do time
da Big Apple poderá fazer na
temporada que se aproxima. O time gastou um caminhão de dinheiro para reunir
Darrele Revis e Antonio Cromartie novamente, além de Buster Skrine, que fez um
bom trabalho jogando como nickel no
Cleveland Browns. A trinca tem tudo para dificultar e muito a vida dos
recebedores adversários, somada à uma linha defensiva poderosa com jogadores
como Sheldon Richardson, Muhammed Wilkerson e o calouro Leonard Willians, dado
por muitos como o melhor prospecto do Draft desse ano que caiu para a sexta
escolha geral. O ataque contará com Brandon Marshall, Eric Decker e Devin
Smith, com Ryan Fitzpatrick e Geno Smith brigando pela titularidade.
SUSPENSÃO
DE TOM BRADY
Enfraquecimento
do time, empoderamento dos adversários, saída de jogadores importantes. Nada se
compara à ausência de Brady under center nos
quatro primeiros jogos da temporada, graças a suspensão pelo escândalo das
bolas murchas durante a final da AFC. Há a chance da suspensão diminuir mas, a
princípio, o veterano QB ficará fora do primeiro quarto da temporada, e perderá
os jogos contra Steelers, Bills, Cowboys e Dolphins, marcando assim a provável
estreia de Jimmy Garoppolo como titular nas respectivas partidas. O jogador,
selecionado na segunda rodada da universidade de Eastern Illinois quebrou
vários recordes universitários, mas informações de pessoas que cobrem os
treinos do Patriots, reportam que o segundo anista vem encontrando vários
problemas, sendo interceptado várias vezes durante os drills, o que deixa a torcida apreensiva acerca do desempenho do
jovem, em jogos tão cruciais e difíceis para a abertura da temporada, onde não
contarão com o seu principal jogador, além de todas as outras ausências já
relatadas.
Enfim,
o ano para destronar o Patriots parece ser esse. Mas é fato que os analistas
pensarão bem antes de cravar que Brady e cia estão acabados e nada farão na
temporada. O time sentirá as ausências é verdade, mas Brady, mesmo suspenso,
ainda é o peso da balança, visto que de longe ainda é o melhor QB na divisão e
quando voltar, trará todo o favoritismo de volta para o Gillete Stadium, resta
saber os parâmetros que a divisão estará quando isso acontecer, no confronto
contra o Indianapolis Colts, que já ganha contornos que pode ser o melhor jogo
da temporada regular.
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