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RENOVAÇÃO NA SELEÇÃO DE VÔLEI MASCULINO CONTINUA SENDO EFETIVA

Bernardinho assumiu a seleção em 2001 e desde então
promove a renovação do voleibol masculino (foto: CBV / Divulgação)
Que Bernardinho é um grande treinador, o Brasil inteiro concorda. Acredito que o treinador da seleção masculina de voleibol tem virtudes para ser considerado um dos maiores treinadores de esportes coletivos no Brasil. Talvez o maior. E uma dessas qualidades mais admiráveis é justamente a capacidade de remontar a seleção brasileira sem uma grande variação da competitividade da equipe brasileira em competições de alto nível.

Estamos passando por um momento vacilante no futebol brasileiro, onde muitos atribuem a queda da qualidade da safra de jogadores para justificar o mal momento da seleção canarinho. Alguns ainda lembram a falta de transição entre gerações, deixando nas mãos de jovens sem muita bagagem na seleção a responsabilidade de levar o Brasil até as glórias. 

No vôlei, a situação é diferente. Tomando como base os ciclos olímpicos, podemos analisar a contínua renovação promovida por Bernardinho. Em 2001, ele assume uma seleção que havia desapontado nas Olimpíadas de Sidney. Nomes como André, Gustavo e Giba ascenderam no novo ciclo olímpico e junto com nomes experientes como Maurício, Nalbert e Giovanni, conquistaram tudo: Liga mundial, Campeonato Mundial e os jogos Olímpicos de Atenas em 2004. 

Seleção Brasileira de 2004 foi campeã Olímpica em Atenas. (Foto: Divulgação/CBV)
Veio o novo ciclo Olímpico e os mais experientes foram embora. O novo ciclo vitorioso entre 2004 e 2008 possuiu novas vitórias  de Liga Mundial e mais uma Copa do Mundo. Pequim teve uma final de sabor amargo, com a derrota na final para os Estados Unidos. Entretanto, jogadores como Giba, Gustavo e André já possuíam status de experientes e se juntaram a nomes como Bruninho, Rodrigão e Murilo como jovens que despontavam na equipe. Mais uma vez a transição era feita de forma pacífica, com os mais experientes passando o bastão gradativamente aos que estavam chegando.

De forma muito similar, o ciclo olímpico de 2008-2012 foi montado, Mais uma vez Bernardinho abdicou de alguns nomes experientes e foi trazendo algumas caras novas para a equipe. Ainda que a quantidade de títulos não tenha sido a mesma de outros anos, o Brasil conquistou a Liga Mundial, a Copa do Mundo e o vice-campeonato Olímpico, sendo derrotado na final pela Rússia. Foi a última Olimpíada de Giba, que se despediu da seleção. Ao mesmo tempo Lucão, Vissoto e Wallace foram nomes que começaram a se destacar na geração.

Estamos em 2015. Com pouco mais de um ano até as Olimpíadas do Rio em 2016, o Brasil passa por um novo processo de renovação. E novos nomes surgem com potencial para serem destaques do vôlei brasileiro nos próximos anos. Nomes como Éder, Lucarelli e Evandro tem mostrado na atual liga Mundial que podem ser decisivos nos próximos anos. O Brasil, já classificado para a fase final da Liga por ser o país sede, está aproveitando a competição para rodar jogadores e dar tempo de quadra a jogadores que se destacaram na Superliga de voleibol masculino no Brasil. Bernardinho mais uma vez vai ajustando a máquina brasileira de jogar voleibol.


Evandro pontua mais uma bola contra a Itália na Liga Mundial. Ele é um dos destaques brasileiros na competição (foto: FIVB/Divulgação)

O trabalho de base realizado pela CBV também ajuda bastante o treinador. O centro de treinamentos em Saquarema é de primeira linha. Independente dos problemas atuais da Confederação, o trabalho que lá é realizado deve ser exaltado, e auxilia bastante a formação de novos talentos para o voleibol nacional. Mas saber como e onde colocar os jogadores, o momento e a hora certa, é um mérito total para o treinador brasileiro. Ainda que ele esteja suspenso no momento, seu trabalho é marcante à frente da seleção.

A perspectiva para o futuro da seleção brasileira masculina de vôlei é boa. Que a CBV corrija suas irregularidades e possa dar ao voleibol a organização fora das quadras que o segundo esporte nacional merece. Dentro de quadra, Bernardinho parece saber o momento certo para arejar a equipe e manter o nível competitivo e de grande qualidade para a Seleção Brasileira.

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