FUTSAL! PROFISSIONAL?

O futsal é um dos esportes mais praticados no mundo, nem todas as cidades tem campos de futebol, mas desconheço a cidade que não tenha uma quadra de futsal, alias grande parte dos bairros e das comunidades contam com uma quadra de futsal, principalmente no Brasil, também pudera um esporte tão eletrizante, tão dinâmico, passamos a considerar, apenas a primeira fase da Liga Nacional de Futsal que encerrou neste dia 22 de junho, foram 190 partidas e 858 gols, uma média de 4,52 gols por partida, comparado ao campeonato Brasileiro de 2014 por exemplo, em 38 rodas, exatamente o dobro da primeira fase, foram 860 gols, apenas 2 a mais que a primeira fase da Liga Nacional de Futsal, tendo uma média de apenas 2,26 gols por jogo, mas o que faz o futsal ser tão especial não é apenas a quantidade de gols elevada, mas também a dinâmica do esporte, a proximidade dos atletas com a torcida, tanto fisicamente por estarem em um ginásio fechado geralmente com capacidade para um público de no máximo cinco mil expectadores, salvo raras exceções, bem como pelo fato de se tratar de um número bem inferior de atletas na equipe (apenas cinco na quadra) o que facilita a memorização e relacionamento entre torcida e atletas.

O futsal profissional como esporte já contagiou e já se espalhou pelo mundo, atualmente é um dos esportes que depois do futebol, tem o maior número de expectadores e de pessoas envolvidas, sejam atletas, dirigentes, empresários, torcedores, porém quando se fala de profissionalismo do ponto de vista legal deixamos a desejar, no Brasil o jogador de Futsal não é considerado como profissional, os clubes não podem ter um contrato de trabalho com o atleta e registrar esse como seu empregado na função de jogador de futsal, ou seja, mesmo que ambas as partes (atleta e clube) queiram manter um vinculo legal de trabalho, atualmente não é possível, isso prejudica e muito a carreira dos atletas e também a gestão dos clubes, muitas vezes os atletas sofrem lesões no final do seu período acordado de trabalho com um determinado clube que habitualmente vai até o final da temporada ou do ano em curso, hipoteticamente falando, se um atleta sofrer uma lesão no mês de novembro que o afaste das quadras por seis meses, na maior parte dos casos, tem seu vinculo com o clube acordado até dezembro, ou seja, recebe remuneração até este mês e fica sem provimentos até se recuperar de sua lesão, não podendo ser amparado por nenhuma legislação trabalhista, este problema tem feito com que muitos jogadores desistam da profissão, muitas vezes abandonam um futuro bastante promissor, por problemas burocráticos.

Outras dificuldades enfrentadas pelos atletas e clubes são a baixa remuneração, por parte dos clubes a baixa receita, pelo fato dos patrocínios serem infinitamente inferiores ao futebol, os ingressos que no futebol chegam a gerar receitas milionárias em uma única partida, no futsal chegam no máximo a casa dos dez mil reais, tudo isso consequentemente irá resultar em uma baixa remuneração dos atletas e demais profissionais envolvidos.

Com os recentes acontecimentos no âmbito das maiores confederações desportivas do país, onde ocorreu o afastamento de diversos dirigentes, o que esperamos para os próximos meses ou anos, é o início de uma nova era para o esporte, com uma maior profissionalização dos gestores, com adequação da legislação, no intuito de resguardar e valorizar os mais diversos profissionais envolvidos na modalidade, proporcionando cada vez mais um espetáculo de excelência em qualidade e entretenimento, e quem sabe assim um dia poderemos afirmar que o Futsal é sim um esporte profissional.